O puerpério é o período de aproximadamente 45 dias após o parto, em que, de forma geral, podemos dizer que a mulher retorna ao estado anterior à gestação e assim readquire a função reprodutiva. Porém, deve-se lembrar que alterações hormonais permanecem durante todo o período da amamentação.
O que chama a atenção neste período é que ocorrem muitas mudanças, tanto fisicas como psíquicas em um curto espaço de tempo.
Psiquicamente, o tempo é outro. A evolução do processo de tornar-se mãe depende da forma como estão constituídos os vínculos desta mulher e de sua capacidade de reorganiza-los diante da grande novidade que é o nascimento de um filho. O amor materno não é instintivo nem instantâneo. O que há de instintivo é um desejo de proteger e manter a sobrevivência da criança. Mas o vínculo, o amor, dependem de uma construção.
No chamado puerpério imediato, a mulher tem de lidar com as modificações causadas pelo próprio parto, como cuidados com os pontos de cesárea ou episiotomia, eliminação de secreções, inchaço nas pernas, dificuldades em evacuar, manchas na pele do rosto (que após este período podem sumir ou não). Emocionalmente, precisa dar conta das inseguranças de ter um bebê sob seus cuidados, de precisar de ajuda do companheiro, quando há, e também de familiares ou amigos.
O outro fenômeno que pertence a este período é o início da amamentação: apesar da romantização e idealização da amamentação, na prática a mãe tem de lidar com um corpo ainda com forma e peso muito diferentes do habitual e iniciar um processo que pode vir a se tornar muito prazeroso, mas de início pode ser doloroso e exaustivo e precisa ser aprendido, como qualquer outra prática.