Um ano de pandemia, todos passam por algum grau de sobrecarga, desde as crianças, com aulas online, saturadas de estar dentro de casa, saturadas de telas, aos adultos solitários ou sobrecarregados com o trabalho, o cuidado da casa, dos filhos, dos animais… Outros, ainda perderam o emprego ou tiveram seus rendimentos severamente reduzidos sem uma redução proporcional de horas ou volume de trabalho.. Idosos relatam também um sentimento de que estão gastando o tempo de vida dentro de casa, sem contato com filhos e netos e mesmo privados do sol e ar livre.
Essa sobrecarga acaba por deixar para trás uma série de necessidades não atendidas, de tempo para si, de autocuidado, de atividades físicas, de horas de sono,de tempo para o casal, de diversão, de socialização.
A sobrecarga aliada às necessidades não atendidas nos leva a diminuição da tolerância,à irritabilidade e mais facilmente, podemos passar a ser mais críticos e autoritários. Com isso, as pessoas que convivem conosco sentem que sua autonomia e liberdade estão ameaçados e podem reagir rebelando-se ou submetendo-se. Apesar de serem comportamentos “opostos”, ambos levam a um distanciamento emocional. Neste momento em que fica claro o quão vulnerável somos e quanto o sentimento de desamparo é doloroso, nada pode ser pior do que nos distanciarmos emocionalmente daqueles que amamos, que nos amam e que estão dividindo conosco essa difícil jornada.
Apesar de ser difícil neste período, podemos nos beneficiar se tentarmos:
- enxergar que todos estamos passando por um período de maior ou menor privação e portanto propensos a estar mais irritados e estafados
- tentar dormir um número de horas adequado para descansar
- manter os autocuidados
- manter planos para o futuro, investir na profissão, na família,procurar realizar atividades prazerosas, tentar ser uma pessoa melhor.
- alimentar-se de forma saudável e regular
- manter a casa organizada e uma rotina previsível, mantendo flexibilidade para haver momentos de diversão
- entender que cada pessoa tem necessidades diferentes e aceitar a forma de cada um. Inclusive, sua própria forma.