A mãe adoecida pela depressão pós parto, devido à condição de falta de energia, tristeza e ansiedade, experimenta menos emoções positivas na interação com o bebê. Experiencia a relação com o filho de forma desgastante e o percebe como demandante, lento e exigente. Essa percepção enviesada pelo humor deprimido, ainda que muitas vezes recheada culpa, traz uma repercussão no processo de vinculação mãe-bebê.
A mãe adoecida pode ter comportamentos negligentes ou intrusivos resultantes das dificuldades na vinculação e também da dificuldade em manter atenção plena para os cuidados, o que é próprio da depressão.
O estímulo afetivo e cognitivo empobrecido gerado pela ressonância restrita do afeto materno propicia que esses bebês exibam menos sorrisos, menor interação corporal com suas mães e maiores taxas de dificuldades de alimentação e de sono. Na evolução, apresentam menores escores de QI e maiores dificuldades no desenvolvimento da linguagem.
A vinculação segura é uma necessidade humana e os fatores que dificultam sua ocorrência plena devem ser tratados e minimizados, principalmente no momento dessa primeira e preciosa experiência, que servirá como base para as vinculações futuras.